Informativo
Estudante do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural defende tese intitulada “A comunicação de risco e o papel das mulheres rurais no enfrentamento da pandemia de covid-19 na Zona da Mata Mineira”
A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Viçosa (DER/UFV), Daniela de Ulysséa Leal defendeu, no dia 6 de julho, sua tese “A comunicação de risco e o papel das mulheres rurais no enfrentamento da pandemia de covid-19 na Zona da Mata Mineira”.
A defesa ocorreu na Sala de Reuniões do Departamento de Economia Rural (DER), com banca composta pela professora Ivonete da Silva Lopes, do PPGER-UFV, orientadora do trabalho, a pesquisadora Izaura Fischer, da Fundação Joaquim Nabuco, a professora Paula Bevilacqua, da FIOCRUZ – Minas, a professora Pâmela Pinto, do PPGICS/ICICT e FIOCRUZ, e a professora Nathalia Cosmo, do PPGER – UFV.
A pesquisa faz parte do projeto guarda-chuva “Mulheres rurais e recursos infocomunicacionais: das desigualdades às estratégias na busca de conhecimento sobre saúde em contexto pandêmico”, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
RESUMO DO TRABALHO
O novo coronavírus se disseminou pelo interior do Brasil, inclusive em áreas remotas, nas quais as desigualdades estruturais podem significar barreiras para a obtenção de informações sobre os protocolos de proteção e o acesso à saúde na pandemia. Diante de condições de desigualdade, especialmente quando indivíduos vivem marcados por situações de desvantagens (gênero, raça, território), como é o caso das mulheres rurais, se acentuam as configurações de vulnerabilidade, apresentando dimensões diferentes de exposição aos riscos. O objetivo desta tese é compreender como os marcadores sociais (território, raça, geração e outros) influenciaram na concepção e incorporação dos riscos da Covid-19 enfrentados por essas mulheres. O referencial teórico se estrutura, principalmente, sobre os conceitos de Comunicação de Risco, Interseccionalidade, Vulnerabilidade e Hiatos Digitais. Esta pesquisa exploratória se dá na Zona da Mata de Minas Gerais, e, busca levar em conta a pluralidade direcionando seu olhar para dois grupos distintos do meio rural da Zona da Mata mineira demarcados pelo território: o assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Olga Benário, em Visconde do Rio Branco (MG), e o bairro Palmital, localizado na zona rural do município de Viçosa (MG). A pesquisa contou com a participação de 20 mulheres (10 de cada território), por meio de entrevistas semiestruturadas. Entre os principais resultados temos a maior desconexão entre as participantes negras, idosas e entre as que não são articuladas ao MST. Além disso, em meio ao contexto pandêmico, percebeu-se a permanência da televisão como importante veículo de comunicação em saúde para o meio rural, o uso do WhatsApp como estratégia de comunicação e geração de renda, o significativo papel das mulheres rurais enquanto guardiã da família e a grande sobrecarga de trabalho e tensão que recaiu sobre elas.